segunda-feira, 26 de maio de 2014

FATALISMO TRIBUTÁRIO?




Algumas pessoas insistem em colocar na rede, artigos comparando a carga tributária brasileira com a de outros países. Fartamente ilustrados com números e gráficos, tentam demonstrar a quadratura do círculo: A carga de impostos no Brasil não seria assim tão alta. 
Os gráficos não mentem jamais (assim pensava um pobre militante cego e escorchado, portador da síndrome de Estocolmo, após completar os 5 meses de trabalho por ano, só para pagar impostos), agarrado a seus gráficos e sua numerologia mágica e cabotina.



Mentem sim. Sempre,  frequentemente. Basta partir de premissas falsas para chegar ao paradoxo (interpretação falsa de um princípio verdadeiro). Uma análise crítica vai mostrar que as comparações superficiais ignoram uma pergunta básica:  Quem paga a carga mais pesada dos impostos no Brasil ? Aqui é o assalariado, com seu salario, que a rigor não é renda.  O desconto é na fonte. Não pode ser sonegado, repassado. E a contrapartida? Coisa para os desenvolvidos?



Figuras como a bitributação, os impostos incidindo em cascata, as isenções, preços dos combustíveis para veículos, lanchas e até aeronaves de luxo acabam sendo custeadas pela sociedade que trabalha. O dinheiro público do BNDES com juros subsidiados que financia os 'global players' ou os mais ricos dos ricos, os representantes do capital financeiro, não brota do nada. É a sanha arrecadatória tb que encarece todos os produtos e serviços no Brasil e os torna mais caros do que nos países ricos, uma permanente sangria de divisas por bugigangas importadas. 
Os nossos 39 ministérios são sumidouros de recursos públicos que demandam sempre mais pesados impostos. O mesmo ocorre com a corrupção e a impunidade dos corruptos e corruptores.
Que dizer do troca troca fisiológico dos políticos, justificado em nome de uma 'governabilidade' muito conveniente para os que se beneficiam e docemente constrangidos não querem mudar ou mesmo debater assuntos difíceis que passam por imutáveis, ou por fatalismo ou castigo de Deus? Mais impostos? Tudo está relacionado. É da lógica dialética.



Os militantes que justificam este estado de coisas, que se recusam até a debater o assunto de forma contextualizada, podem não saber, mas estão doentes. É a ‘síndrome de Estocolmo’. A identificação e até a paixão do sequestrado pelo sequestrador.  E quem está doente, não deve ser pago com a mesma moeda, xingando, espezinhando, fazendo comentários jocosos, que nem chegam a ser irônicos. A ironia pressupõe inteligência e humor. Mesmo a chalaça, a ironia luso brasileira (ver Machado de Assis) é algo divertido, uma curtição. Quem está doente precisa ser tratado. Com compaixão, com a verdade que possa despertá-los, abrir-lhes os olhos, para que não sigam agarrados a seus gráficos e numerologia mágica, fazendo contorcionismos verbais para explicar o inexplicável, manter a hegemonia, as alianças a qualquer custo e deixar tudo como está.

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