Postagens mais antigas:
A notícia do dia: " A Veracel Celulose, acaba de conquistar o prêmio de Desempenho Ambiental da FIEB" - A TARDE 05/08/2011.
O comentário:
Na Bahia, o absurdo /Vira coisa natural/ Quem produz “deserto verde" / Ganha prêmio ambiental.
Sinval Malta Galvão
O Deserto Verde na Bahia
"Na natureza, uma mulher de luto
cantava espiando as árvores sem fruto
a canção prostituta do ludíbrio"
(Augusto dos Anjos)
O deserto verde na Bahia parece surreal.
Pense numa grande região, bem grande mesmo, tipo maior do que todo o municipio de Salvador a capital do Estado da Bahia, ocupada
unicamente por plantações de eucaliptos para produzir celulose para
exportação. Sem pássaros, animais ou outras plantas. É difícil de
imaginar. São terras de municípios do extremo sul do estado. Um grande
desastre ambiental. Expulsão de espécies animais e vegetais
pela destruição do seu habitat natural, imposição de uma espécie
invasora. Só eucaliptos. Quando se extermina populações humanas, fala-se
de genocídio. Para este tipo de extermínio ainda não foi inventado o
nome apropriado. Por isto fala-se em deserto verde. Não precisa mais
imaginar, pois já existe aqui mesmo e ano após ano ganha prêmios
ambientais internacionais. Tem o apoio das autoridades dos governos
municipal, estadual e federal, que imploram por sua expansão. Porque
ganha prêmios ambientais? Por causa de projetos limitados, do tipo
pilotos de reflorestamento e educação ambiental?
O
que precisa ser feito e urgentemente é por limites às dimensões, à
extensão e à expansão do projeto devastador. Todas as medidas paliativas
apenas legitimam o grave desatre ambiental, tornando-o irreversível. Ou
seja: é absurdo e insustentável em termos sócioambientais, para a
biodiversidade, para as populações locais, para a Bahia e, se a Bahia
também é Brasil, para todos nós brasileiros. Porque um país aceita uma
coisa deste tipo?
Nenhum comentário:
Postar um comentário