terça-feira, 7 de janeiro de 2014

PÉS E BICO DE PATO, ANFÍBIO, OVÍPARO E MAMÍFERO

 



"Esse bicho, que não é isso nem aquilo – um animal improvável na escala da evolução –, foi a forma encontrada por Chico para qualificar a espécie de capitalismo que se gerou no país e que não dá mostras de mudança no momento mesmo em que o Partido dos Trabalhadores chega à Presidência da República".




“No início do século XXI, o Brasil é a simbiose entre o moderno e o arcaico, é o capitalismo malformado-ornitorrinco marcado por ineficiência sistêmica, que depende cada vez mais do setor primário-exportador e que se sustenta com a hegemonia às avessas".

"O Modelo Liberal Periférico, no Brasil, se caracteriza, na dimensão econômica, por fraco desempenho; crescente vulnerabilidade externa estrutural; transformações estruturais que fragilizam e implicam volta ao passado; e ausência de mudanças ou de reformas que sejam eixos estruturantes do desenvolvimento de longo prazo”. 

“Nas dimensões social, ética, institucional e política desta trajetória observa-se: invertebramento da sociedade; deterioração do ethos; degradação das instituições e sistema político corrupto e clientelista. É o país do desenvolvimento às avessas”. 

NÃO RETIREM AS DECLARAÇÕES DO VELHO CHICO DE OLIVEIRA DO CONTEXTO. É OPORTUNISMO POLÍTICO E CINISMO!

Circula na rede a declaração feita pelo sociólogo Francisco de Oliveira, no programa Roda Viva, de que vota em Dilma e o motivo:  A oposição é pior.

Pois eu, por mais que admire o Velho Chico de Oliveira, não voto na Dilma e não concordo com o argumento. Não acho que é pior nem melhor. Acho que é igual.


 Querem dar como favas contadas a vitória de Dilma. É possível, até provável, mas não é certo. E com certeza sem o meu voto. Este esquema viciado, binário, maniqueísta, bipartidário PT x PSDB, já me exclui automaticamente...

Só que o lulo-petismo revelou-se mais cínico quanto à esperteza, ao autoritarismo combinado com o bom mocismo,  às contradições entre a prática neoliberal e o discurso pseudo esquerdista. E acho importante interromper o processo hegemônico em curso, para o bem da democracia, mesmo essa, frágil, tenra, que temos. Não espero nem torço para piora na economia do país, nem alimento ódio ao PT. Este é um argumento gasto,  de quem só aceita elogios. Toda crítica é vista como ódio. Porque será? Estão lembrando de si mesmos quando estavam na oposição? O que eu critico é principalmente o atraso político,  que torna PT e PSDB tão iguais que levaram o Chico de Oliveira a chamá-los de "vanguardas do atraso".

Continuo lendo e admirando muito o velho Chico de Oliveira, seus textos, estudos e entrevistas e aproveito para recomendar principalmente: A Hegemonia às Avessas ( não é hegemonia dos trabalhadores ou qualquer setor popular ou progressista), e o Ornitorrinco (o bicho esquisito como imagem do capitalismo vigente no Brasil, mesmo sob a égide da 'esquerda' petista e aliados: pés e bico de pato, anfíbio, ovíparo e mamífero).

  Com fina ironia o velho Chico mostra como a classe dominante, a elite capitalista, construiu um "puxadinho" para alguns dos petistas e sindicalistas. Como os milionários fundos de pensão (em nome dos trabalhadores), se associaram ao grande capital, para explorar a nossa força de trabalho e as riquezas do país, através de políticas neoliberais mal disfarçadas.

Verão tb como os 'pais dos pobres' são tb as 'mães dos ricos' com muito mais dinheiro do BNDES do que o que vai para o bolsa família e outros programas sociais.

Chico de Oliveira deu nomes aos bois, antes mesmo do mensalão: Berzoini, Luís Gushiken, Mercadante, Palocci... como atuantes nos milionários fundos de pensão e principais beneficiários das políticas neoliberais travestidas.

Só mais um detalhe: o velho Chico de Oliveira foi banido, proibido mesmo, de qualquer publicação oficial, durante os governos Lula.  É muito oportunismo!

Um comentário:

  1. Circula na rede video do roda viva em que o sociólogo Francisco de Oliveira declara votar em Dilma. Aproveite para conhecer um pouco do contexto e da idéias do velho Chico...

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