sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O Urubu, a dança e o doutor...

 

 

 

Urubu Malandro

 

Ney Matogrosso (link)

Urubu veio de cima
Com fama de dançador
Urubu chegou na sala
Tirou dama e não dançou
Ora, dança urubu
Eu, não senhor
Tira a dama, urubu
Eu sou doutor
Urubu chegou de fraque
Cartola e calça listrada
Urubu deixa de prosa
Vem cair na batucada
Urubu perdeu a fama
E se desmoralizou
Apanhou a melhor dama
Foi dançar e encabulou

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 O URUBU E O DOUTOR
Ora, dança urubu / Eu não senhor / Ora, dança urubu/ Eu sou doutor...
Hoje, dia do médico no Brasil, nada melhor que esta música, autor desconhecido para ajudar o Doutor a aprender a dançar e a rir de si mesmo...
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Neste momento, um pesado rolo compressor posto em movimento pelo governo, explora uma das maiores carências da nossa população, o atendimento à saúde pública, usando os médicos como bodes expiatórios, ao mesmo tempo que tenta barrar a tramitação no congresso de soluções de verdade como o financiamento de 10% do orçamento da União para a saúde e a criação de uma carreira de Estado para os profissionais de saúde do SUS (não apenas os médicos).
A imagem dos médicos foi destruída com um misto de autoritarismo e bom mocismo que caracteriza o lulopetismo no poder. A desqualificação dos conselhos de ética médica, auxiliada pela inabilidade das próprias entidades e a ingenuidade de muitos médicos que chegam a aplaudir a perda de suas prerrogativas,  terá consequências muito destrutivas,  ainda difíceis de avaliar,  para o que restava de dignidade e seriedade no exercício da medicina brasileira.
A exploração das carências da população, o jogo do marketing político para eleger o atual ministro, as pesquisas mostrando o evidente apoio popular obtido, vão criando um clima de silenciamento bastante conveniente. 
Assim vão sendo criadas as bases de uma medicina pobre para os pobres e outra medicina rica para os ricos . As políticas neoliberais avançam sobre o SUS, já quase inteiramente privatizado de forma disfarçada em todo o país.
Ora dança urubu / Eu não senhor / ora dança urubu / Eu sou doutor...


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A AUTONOMIA DOS CONSELHOS DE CLASSE E DE ÉTICA MÉDICA É IMPORTANTE PARA A SOCIEDADE.

Vou repetir porque vejo na imprensa, todos os dias, generalizações sobre os médicos: 
Assim como muitos dos meus colegas, não sou contra mais médicos venham de onde vierem, nem concordo com atitudes desrespeitosas aos colegas cubanos, seu sistema de saúde e seu país:

Quanto à autonomia e independência dos conselhos de classe e ética médica, interessa à própria sociedade. Trata-se de Ética Profissional.

Talvez muita gente não saiba que o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, além de militar, é médico e teve seu diploma cassado pelo Conselho Federal de Medicina, após comprovação de sua participação em sessões de tortura, inclusive da ex deputada Bete Mendes, que o denunciou.

O militar, médico, torturador recorreu à justiça, e até ao STF, conseguindo ganho de causa com base na lei da anistia. 
Houve ameaça até de prisão do presidente do CFM. Nem assim o torturador voltou a ser aceito como médico.
Nem mesmo o STF pode obrigar os pares, a tão atacada corporação médica, que considera a medicina uma profissão humanista,in
compatível  com anistiar a participação de um médico na tortura de qualquer pessoa, por nenhum motivo. Isso não pode ser consertado nem pela lei da anistia ou por qualquer tribunal.
O poder, a máquina publicitária, a exploração de carências da população podem conquistar apoio para servir de pretexto e golpear os próprios instrumentos democráticos da sociedade civil.

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O mínimo dos Cuidados Primários de Saúde e o novo/velho modelo médicocentrico
Primeiro capítulo da exploração político-eleitoreira de uma das maiores carências da população: o atendimento público de saúde. 
Um retrocesso maior que no velho modelo hospitalocêntrico. Agora temos o modelo médicocentrico, que segundo declarações da presidenta e do ministro candidatos, já resolveu o problema de mais de 40 milhões de brasileiros, pois 80% dos problemas de saúde se resolvem assim. Basta o médico? Seria bom o ministro voltar a estudar em equipe multidisciplinar, em que consiste o mínimo, o básico, dos Cuidados Primários de Saúde (OMS -Alma Ata, década de 1970).
PROGRAMA MAIS MÉDICOS PROVOCA DEMISSÕES NA BAHIA
Como foi alertado pelas entidades médicas, um dos efeitos colaterais do Programa Mais Médicos do governo federal está se verificando na prática. O Sindimed tem recebido diversas queixas de médicos demitidos em cidades do interior da Bahia, em decorrência da contratação de profissionais do Programa.

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