sábado, 19 de outubro de 2013

AS MOIRAS E O FIO DA VIDA



As Moiras  na mitologia grega ou as Parcas na romana, eram 3 irmãs fiandeiras que fabricavam, teciam, escolhiam a extensão e o caminho  e decidiam o momento de  cortar o fio da vida de todos os seres humanos.  Pairavam sobre os homens e os próprios deuses.  Até  mesmo Zeus, o Deus ou Rei dos Deuses do Olimpo, não podia contestar as decisões  sem perturbar a harmonia do universo.  Todo o ciclo, da gestação ao nascimento, o corte do cordão umbilical, o crescimento e desenvolvimento, e o final da vida terrena,  a morte que podia ocorrer a qualquer momento.
A Roda da Fortuna era o tear onde eram tecidos fio a fio, a vida, a sorte ou o destino de cada indivíduo. As voltas da Roda,  posicionavam o indivíduo,  marcando os momentos em que percorria o topo ou o fundo, coincidindo com os períodos de boa ou má sorte.
As 3 Moiras e seus nomes próprios:
·       CLOTO - em grego significa fiar,  segurava o fuso e tecia o fio da vida, presidindo  os     partos e nascimentos .
·      LÁQUESIS -  significa sortear, puxava e enrolava o fio tecido,  sorteando o      quinhão de atribuições que se ganhava em vida.
·       ÁTROPOS - em grego significa afastar. Cortava o fio,  determinava o fim da vida.
  
 Ninguém tem o poder de determinar o futuro, pois  as Moiras continuam tecendo e decidindo quando cortar o fio... Tudo o mais é ilusão...


sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O Urubu, a dança e o doutor...

 

 

 

Urubu Malandro

 

Ney Matogrosso (link)

Urubu veio de cima
Com fama de dançador
Urubu chegou na sala
Tirou dama e não dançou
Ora, dança urubu
Eu, não senhor
Tira a dama, urubu
Eu sou doutor
Urubu chegou de fraque
Cartola e calça listrada
Urubu deixa de prosa
Vem cair na batucada
Urubu perdeu a fama
E se desmoralizou
Apanhou a melhor dama
Foi dançar e encabulou

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 O URUBU E O DOUTOR
Ora, dança urubu / Eu não senhor / Ora, dança urubu/ Eu sou doutor...
Hoje, dia do médico no Brasil, nada melhor que esta música, autor desconhecido para ajudar o Doutor a aprender a dançar e a rir de si mesmo...
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Neste momento, um pesado rolo compressor posto em movimento pelo governo, explora uma das maiores carências da nossa população, o atendimento à saúde pública, usando os médicos como bodes expiatórios, ao mesmo tempo que tenta barrar a tramitação no congresso de soluções de verdade como o financiamento de 10% do orçamento da União para a saúde e a criação de uma carreira de Estado para os profissionais de saúde do SUS (não apenas os médicos).
A imagem dos médicos foi destruída com um misto de autoritarismo e bom mocismo que caracteriza o lulopetismo no poder. A desqualificação dos conselhos de ética médica, auxiliada pela inabilidade das próprias entidades e a ingenuidade de muitos médicos que chegam a aplaudir a perda de suas prerrogativas,  terá consequências muito destrutivas,  ainda difíceis de avaliar,  para o que restava de dignidade e seriedade no exercício da medicina brasileira.
A exploração das carências da população, o jogo do marketing político para eleger o atual ministro, as pesquisas mostrando o evidente apoio popular obtido, vão criando um clima de silenciamento bastante conveniente. 
Assim vão sendo criadas as bases de uma medicina pobre para os pobres e outra medicina rica para os ricos . As políticas neoliberais avançam sobre o SUS, já quase inteiramente privatizado de forma disfarçada em todo o país.
Ora dança urubu / Eu não senhor / ora dança urubu / Eu sou doutor...


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A AUTONOMIA DOS CONSELHOS DE CLASSE E DE ÉTICA MÉDICA É IMPORTANTE PARA A SOCIEDADE.

Vou repetir porque vejo na imprensa, todos os dias, generalizações sobre os médicos: 
Assim como muitos dos meus colegas, não sou contra mais médicos venham de onde vierem, nem concordo com atitudes desrespeitosas aos colegas cubanos, seu sistema de saúde e seu país:

Quanto à autonomia e independência dos conselhos de classe e ética médica, interessa à própria sociedade. Trata-se de Ética Profissional.

Talvez muita gente não saiba que o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, além de militar, é médico e teve seu diploma cassado pelo Conselho Federal de Medicina, após comprovação de sua participação em sessões de tortura, inclusive da ex deputada Bete Mendes, que o denunciou.

O militar, médico, torturador recorreu à justiça, e até ao STF, conseguindo ganho de causa com base na lei da anistia. 
Houve ameaça até de prisão do presidente do CFM. Nem assim o torturador voltou a ser aceito como médico.
Nem mesmo o STF pode obrigar os pares, a tão atacada corporação médica, que considera a medicina uma profissão humanista,in
compatível  com anistiar a participação de um médico na tortura de qualquer pessoa, por nenhum motivo. Isso não pode ser consertado nem pela lei da anistia ou por qualquer tribunal.
O poder, a máquina publicitária, a exploração de carências da população podem conquistar apoio para servir de pretexto e golpear os próprios instrumentos democráticos da sociedade civil.

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O mínimo dos Cuidados Primários de Saúde e o novo/velho modelo médicocentrico
Primeiro capítulo da exploração político-eleitoreira de uma das maiores carências da população: o atendimento público de saúde. 
Um retrocesso maior que no velho modelo hospitalocêntrico. Agora temos o modelo médicocentrico, que segundo declarações da presidenta e do ministro candidatos, já resolveu o problema de mais de 40 milhões de brasileiros, pois 80% dos problemas de saúde se resolvem assim. Basta o médico? Seria bom o ministro voltar a estudar em equipe multidisciplinar, em que consiste o mínimo, o básico, dos Cuidados Primários de Saúde (OMS -Alma Ata, década de 1970).
PROGRAMA MAIS MÉDICOS PROVOCA DEMISSÕES NA BAHIA
Como foi alertado pelas entidades médicas, um dos efeitos colaterais do Programa Mais Médicos do governo federal está se verificando na prática. O Sindimed tem recebido diversas queixas de médicos demitidos em cidades do interior da Bahia, em decorrência da contratação de profissionais do Programa.

domingo, 13 de outubro de 2013

O AMOR DOS HOMENS


Poesia- Vinicius de Moraes
O amor dos homens
Paris
Na árvore em frente
Eu terei mandado instalar um alto-falante com que os passarinhos
Amplifiquem seus alegres cantos para o teu lânguido despertar.
Acordarás feliz sob o lençol de linho antigo
Com um raio de sol a brincar no talvegue de teus seios
E me darás a boca em flor; minhas mãos amantes
Te buscarão longamente e tu virás de longe, amiga
Do fundo do teu ser de sono e plumas
Para me receber; nossa fruição
Será serena e tarda, repousarei em ti
Como o homem sobre o seu túmulo, pois nada
Haverá fora de nós. Nosso amor será simples e sem tempo.
Depois saudaremos a claridade. Tu dirás
Bom dia ao teto que nos abriga
E ao espelho que recolhe a tua rápida nudez.
Em seguida teremos fome: haverá chá-da-índia
Para matar a nossa sede e mel
Para adoçar o nosso pão. Satisfeitos, ficaremos
Como dois irmãos que se amam além do sangue
E fumaremos juntos o nosso primeiro cigarro matutino.
Só então nos separaremos. Tu me perguntarás
E eu te responderei, a olhar com ternura as minhas pernas
Que o amor pacificou, lembrando-me que elas andaram muitas léguas de mulher
Até te descobrir. Pensarei que tu és a flor extrema
Dessa desesperada minha busca; que em ti
Fez-se a unidade. De repente, ficarei triste
E solitário como um homem, vagamente atento
Aos ruídos longínquos da cidade, enquanto te atarefas absurda
No teu cotidiano, perdida, ah tão perdida
De mim. Sentirei alguma coisa que se fecha no meu peito
Como pesada porta. Terei ciúme
Da luz que te configura e de ti mesma
Que te deixas viver, quando deveras
Seguir comigo como a jovem árvore na corrente de um rio
Em demanda do abismo. Vem-me a angústia
Do limite que nos antagoniza. Vejo a redoma de ar
Que te circunda - o espaço
Que separa os nossos tempos. Tua forma
É outra: bela demais, talvez, para poder
Ser totalmente minha. Tua respiração
Obedece a um ritmo diverso. Tu és mulher.
Tu tens seios, lágrimas e pétalas. À tua volta
O ar se faz aroma. Fora de mim
És pura imagem; em mim
És como um pássaro que eu subjugo, como um pão
Que eu mastigo, como uma secreta fonte entreaberta
Em que bebo, como um resto de nuvem
Sobre que me repouso. Mas nada
Consegue arrancar-te à tua obstinação
Em ser, fora de mim - e eu sofro, amada
De não me seres mais. Mas tudo é nada.
Olho de súbito tua face, onde há gravada
Toda a história da vida, teu corpo
Rompendo em flores, teu ventre
Fértil. Move-te
Uma infinita paciência. Na concha do teu sexo
Estou eu, meus poemas, minhas dores
Minhas ressurreições. Teus seios
São cântaros de leite com que matas
A fome universal. És mulher
Como folha, como flor e como fruto
E eu sou apenas só. Escravizado em ti
Despeço-me de mim, sigo caminhando à tua grande
Pequenina sombra. Vou ver-te tomar banho
Lavar de ti o que restou do nosso amor
Enquanto busco em minha mente algo que te dizer
De estupefaciente. Mas tudo é nada.
São teus gestos que falam, a contração
Dos lábios de maneira a esticar melhor a pele
Para passar o creme, a boca
Levemente entreaberta com que mistificar melhor a eterna imagem
No eterno espelho. E então, desesperado
Parto de ti, sou caçador de tigres em Bengala
Alpinista no Tibet, monje em Cintra, espeleólogo
Na Patagônia. Passo três meses
Numa jangada em pleno oceano para
Provar a origem polinésica dos maias. Alimento-me
De plancto, converso com as gaivotas, deito ao mar poesia engarrafada, acabo
Naufragando nas costas de Antofagasta. Time, Life e Paris-Match
Dedicam-me enormes reportagens. Fazem-me
O "Homem do Ano" e candidato certo ao Prêmio Nobel.
Mas eis comes um pêssego. Teu lábio
Inferior dobra-se sob a polpa, o suco
Escorre pelo teu queixo, cai uma gota no teu seio
E tu te ris. Teu riso
Desagrega os átomos. O espelho pulveriza-se, funde-se o cano de descarga
Quantidades insuspeitadas de estrôncio-90
Acumulam-se nas camadas superiores do banheiro
Só os genes de meus tataranetos poderão dar prova cabal de tua imensa
Radioatividade. Tu te ris, amiga
E me beijas sabendo a pêssego. E eu te amo
De morrer. Interiormente
Procuro afastar meus receios: "Não, ela me ama..."
Digo-me, para me convencer, enquanto sinto
Teus seios despontarem em minhas rnãos
E se crisparem tuas nádegas. Queres ficar grávida
Imediatamente. Há em ti um desejo súbito de alcachofras. Desejarias
Fazer o parto-sem-dor à luz da teoria dos reflexos condicionados
De Pavlov. Depois, sorrindo
Silencias. Odeio o teu silêncio
Que não me pertence, que não é
De ninguém: teu silêncio
Povoado de memórias. Esbofeteio-te
E vou correndo cortar o pulso com gilete-azul; meu sangue
Flui como um pedido de perdão. Abres tua caixa de costura
E coses com linha amarela o meu pulso abandonado, que é para
Combinar bem as cores; em seguida
Fazes-me sugar tua carótida, numa longa, lenta
Transfusão. Eu convalescente
Começas a sair: foste ao cabeleireiro. Perscruto em tua face. Sinto-me
Traído, delinqüescente, em ponto de lágrimas. Mas te aproximas
Só com o casaco do pijama e pousas
Minha mão na tua perna. E então eu canto:
Tu és a mulher amada: destrói-me! Tua beleza
Corrói minha carne como um ácido! Teu signo
É o da destruição! Nada resta
Depois de ti senão ruínas! Tu és o sentimento
De todo o meu inútil, a causa
De minha intolerável permanência! Tu és
Uma contrafação da aurora! Amor, amada
Abençoada sejas: tu e a tua
Impassibilidade. Abençoada sejas
Tu que crias a vertigem na calma, a calma
No seio da paixão. Bendita sejas
Tu que deixas o homem nu diante de si mesmo, que arrasas
Os alicerces do cotidiano. Mágica é tua face
Dentro da grande treva da existência. Sim, mágica
É a face da que não quer senão o abismo
Do ser amado. Exista ela para desmentir
A falsa mulher, a que se veste de inúteis panos
E inúteis danos. Possa ela, cada dia
Renovar o tempo, transformar
Uma hora num minuto. Seja ela
A que nega toda a vaidade, a que constrói
Todo o silêncio. Caminhe ela
Lado a lado do homem em sua antiga, solitária marcha
Para o desconhecido - esse eterno par
Com que começa e finda o mundo - ela que agora
Longe de mim, perto de mim, vivendo
Da constante presença da minha saudade
É mais do que nunca a minha amada: a minha amada e a minha amiga
A que me cobre de óleos santos e é portadora dos meus cantos
A minha amiga nunca superável
A minha inseparável inimiga.


quinta-feira, 10 de outubro de 2013

ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO: PERFIL DO AGRESSOR

PERFIL DO AGRESSOR (destaque da postagem anterior)

Embora não haja um perfil fixo da figura do assediador, algumas características revelam-se comuns nesse tipo de agressor. Segundo Barreto (2007, p. 56) normalmente são pessoas “[...] vaidosas, fe
rinas, hipócritas, levianas, narcisistas e, para completar, fracas e medrosas”. Entretanto, apesar de possuir essas características, o assediador não aparenta tais desvios de caráter e se esconde sob máscaras, por isso se utiliza de subterfúgios como, por exemplo, armar tramas e espalhar boatos sorrateiramente para alcançar seus objetivos perversos.

Movido pela inveja, o agressor se empenha em ofuscar aquele que se destaca pelo bom desempenho funcional para tentar tirar algum proveito. É no cenário de uma competitividade exacerbada entre colegas de serviço, muitas vezes estimulada pela própria empresa, que o assediador desenvolve suas atividades.

Hirigoyen (2011, p. 144) fala sobre o perfil dos agressores:

“Apresentam total falta de interesse e de empatia para com os outros, mas desejam que os outros se interessem por eles. Tudo lhes é devido. Criticam todo mundo, mas não admitem o menor questionamento ou a menor censura. Diante deste mundo tão poderoso a vítima está forçosamente em um mundo cheio de falhas. Mostrar as dos outros é uma maneira de não ver as próprias falhas, de defender-se contra uma angústia de cunho psicótico.”

Não obstante a subordinação jurídica do empregado perante o empregador, essa condição não permite que este trate o trabalhador de modo desrespeitoso, humilhante, degradante, violando assim sua dignidade e condição de ser humano”.

Desta forma, o empregador ou aquele que exerce o poder de direção de forma delegada, não pode exagerar no exercício desse poder, sob pena de atingir a dignidade do seu empregado e caracterizar o assédio moral. Infelizmente, na realidade o que existe são muitos empregadores e superiores hierárquicos maus profissionais e que utilizam exacerbadamente os poderes inerentes à direção da atividade laboral para atingir empregados que, de alguma forma, perturbam os seus interesses.


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

SONATA PATÉTICA

 Sonata Patética  Cassiano Ricardo Como na música de Gil "Lá em Londres querendo ouvir Cely Campelo prá não cair naquela ausência,  naq...