Objetivo: contribuir para o debate sobre a saúde pública no Brasil hoje, as perspectivas que se projetam para o futuro a partir do cenário atual, mantidas as tendências principais, pensar o futuro ao mesmo tempo que procuramos contextualizar a saúde desse futuro .
A crise da saúde no Brasil é tão grave e a desinformação tão grande que fica difícil escolher por onde começar quando procuramos compreender tantos problemas e participar na busca de possíveis soluções.Vou começar abordando uma situação emblemática: A hanseníase no Brasil. É isso mesmo: a hanseníase ou a lepra no Brasil. Perguntareis: Ainda existe a lepra e é um problema importante da saúde pública no Brasil?
Pois é. A lepra, uma verdadeira maldição desde a antiguidade bíblica, só podia ser curada por Jesus Cristo.
Medieval, mutiladora, transmissível. O nome lepra, nem é mais pronunciado, tal a carga, o estigma que carrega. As imagens do isolamento, como uma condenação ou maldição parecem coisa de filmes antigos.
Na Bahia existiu um leprosário numa ilha: a Ilha do Medo. Só leprosos, desfigurados. Do passado. Ainda hoje existem descendentes recebendo indenização do estado brasileiro, como uma compensação tardia por tanto sofrimento.
Já não devia nos assustar mais. Há muito tempo conhecemos tudo que é necessário para prevenir, tratar, curar esta doença, no indivíduo e na coletividade.
Mesmo assim o problema continua? Porque?
Parece incrível, mas é emblematicamente verdadeiro, ainda hoje, em pleno século XXI:
O Brasil ocupa o primeiro lugar no ocidente em casos de Hanseníase. Nas Américas, o Brasil é responsável por 93% dos casos novos de hanseníase. No mundo inteiro, só é superado pela Índia, com o maior número de casos.
(Continuação...)
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