sexta-feira, 22 de novembro de 2013

BRASIL: O FUTURO DA NOSSA SAÚDE E A SAÚDE DO NOSSO FUTURO

BRASIL EMERGENTE: O FUTURO DA NOSSA SAÚDE E  A SAÚDE DO NOSSO FUTURO (1)

Objetivo: contribuir para o debate sobre a saúde pública no Brasil hoje,  as perspectivas que se  projetam para o futuro a partir do cenário atual, mantidas as tendências principais, pensar o futuro ao mesmo tempo que procuramos contextualizar a saúde desse futuro .

A crise da saúde no Brasil  é tão grave e a desinformação tão grande que fica difícil escolher por onde começar quando procuramos compreender tantos problemas e participar na busca de possíveis soluções.  

Vou começar abordando uma situação emblemática: A hanseníase no Brasil. É isso mesmo: a hanseníase ou a lepra no Brasil. Perguntareis: Ainda existe a lepra e é um problema importante da saúde  pública no Brasil?


Pois é. A lepra, uma verdadeira maldição desde a antiguidade  bíblica, só podia ser curada por Jesus Cristo.
Medieval, mutiladora, transmissível. O nome lepra, nem é mais pronunciado,  tal a carga, o estigma que carrega. As imagens do isolamento, como uma condenação ou maldição parecem coisa de filmes antigos. 


Na Bahia existiu um leprosário numa ilha: a Ilha do Medo. Só leprosos, desfigurados. Do passado. Ainda hoje existem descendentes recebendo indenização do estado brasileiro, como uma compensação tardia por tanto sofrimento.

Já não devia nos assustar mais. Há muito tempo conhecemos tudo que é necessário para prevenir,  tratar, curar esta doença, no indivíduo e na coletividade.


Mesmo assim o problema continua? Porque?
Parece incrível, mas é emblematicamente verdadeiro, ainda hoje, em pleno século XXI: 


O Brasil ocupa o primeiro lugar no ocidente em casos de Hanseníase. Nas Américas, o Brasil é responsável por 93% dos casos novos de hanseníase. No mundo inteiro, só é superado pela Índia, com o maior número de casos.

(Continuação...)

BRASIL: O FUTURO DA NOSSA SAÚDE E A SAÚDE DO NOSSO FUTURO (2)

HANSENÍASE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES:

 “ O Brasil está com um índice alarmante” segundo o coordenador do  MORHAN -Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase-  De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2012 foram detectados quase 29 mil casos de hanseníase no país, dos quais 1.936 em menores de 15 anos. Isso é mais que todas as crianças doentes de hanseníase somadas da América, África e Europa.   

 

A  incidência da doença na população menor de 15 anos indica que é alta a possibilidade de haver um adulto sem diagnóstico  e sem tratamento em contato com essa criança. Casos que não entram nas estatísticas,  demanda oculta.  Fecha-se mais um o círculo vicioso (vergonhoso) da saúde pública no Brasil. 

 

Apesar da gravidade e do forte estigma de doença contagiosa ,  mutiladora,  deformante que remetia ao isolamento obrigatório na idade média e antiga, nos tempos bíblicos, hoje é uma doença que pode ser tratada em ambulatório, com medicação oral,  até a cura completa, deixando de contagiar  logo no início do tratamento. Trata-se de uma doença minuciosmente mapeada: as regiões Norte, Certo-Oeste e Nordeste são as que apresentam maior índice de novos casos, onde a incidência é considerada média. No Sul e Sudeste, a taxa é tida como baixa. Não precisa mais ser vista como uma maldição.  Porque continua como mais um círculo vicioso (vergonhoso) da saúde pública brasileira?

 

Aprendemos que problemas de saúde pública precisam da participação da sociedade para sua solução. No caso uma participação política, que a torne a hanseníase, uma prioridade na pauta do governo, com a meta de deixar de ocupar o segundo lugar no mundo inteiro. E partir para a erradicação completa da doença.

 

São medidas até simples, mas que precisam ser cumpridas com seriedade, eficiência e eficácia tais como intensificar  ações na prevenção e o tratamento da doença nos 3 níveis  de governo,  qualificar os profissionais de saúde para atender aos pacientes, investir na informação e campanhas educativas de conscientização da população. Repassar e fiscalizar  rigorosamente a aplicação dos recursos públicos. 

 

 Qual será a saúde do nosso futuro se continuarmos a exibir crianças e adolescentes simbolizando a continuidade da hanseníase (lepra) no Brasil?

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